terça-feira, 8 de março de 2011

Origem da Capoeira

                

Nome de origem luso-indígena, a própria palavra já denuncia seu nascimento no campo entre grandes movimentos de plantação de cana de açúcar. Capoeira é uma vegetação secundária composta por gramínias e arbustos esparsos. O termo, oriundo do tupi-guarani, designa o mato que nasceu sob a vegetação cortada. Esse era o melhor local para suas invertidas contra os capitães-do-mato e os feitores por ter espaço amplo e favorável a pratica de seus movimentos de defesa e ataque, o que não seria favorável se fosse no canavial, por exemplo.
As clareiras abertas na mata serviram de canal para a fuga dos negros em busca de liberdade e melhor condição de vida nos quilombos.
Mas há quem diga que a capoeira é própria da cidade, onde aquela brincadeira quase inocente das fazendas teria evoluído para a arte marcial. "Sem dúvida, ela nasceu no meio rural com a luta pela liberdade porem a malicia (mandinga capoeiristica) é urbana", afirma o pesquisador baiano Waldeloir Rego, autor de um clássico sobre o assunto, ensaio sócio-etnográfico à respeito do jogo de angola.
                Só não podemos afirmar se a capoeira teve inicio em Salvador ou no Rio de Janeiro ou, provavelmente, se fez ao mesmo tempo nas duas cidades, e ainda em Recife. 

            N’golo ou Dança da Zebra

                A Dança da zebra ou N'Golo de origem do povo "Mucope" do sul da Angola, que ocorria durante a "Efundula" (festa da puberdade), onde os adolescentes formam uma roda; com uma dupla ao cetro desferindo coices e cabeçadas um no outro, até que um era derrubado no solo, essa luta é oriunda das observações dos negros, dos machos das zebras nas disputas das fêmeas, no período do cio, onde os machos lutam com mordidas, cabeçadas e coices. Com a "revolta dos Malês", na Bahia, formada pelos Negros Malês em 25 de fevereiro de 1835 que foi reprimida pelos Portugueses, que castigaram mutilando os lideres, e enviou um navio para África e outro dos rebeldes para a América Central. Em Cuba e Martinica os males fundiram com a dos navios e negros dos canaviais dando origem ao "Mani", em cuba e "Ladva", em Martinica. O N'Golo levado pelos angolanos para palmares fundiu-se com a Maraná surgindo a Capoeira.Algins mestres e etnógrafos tiveram o privilégio de ir a Àfrica e  assistir uma dessas manifestações culturais, a "dança do N'Golo", e não tem nenhuma aparência com a Capoeira chamada Angola.
Cartas do Jesuíta Antonio Gonçalves para os superiores de Lisboa, em 1735, descreve um luta que os índios praticavam antes de qualquer conflito, em forma de roda dois a dois usando os braços, pernas, cotoveladas, joelhadas, e usando todo corpo como armas (convento de Santo Inácio de Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III pág. 128)
                O escrito Holandês Gaspar Barleus descreve no livro "Rerum Per Octenium in Brasília-1647, a luta dos índios tupis praticada no litoral brasileiro" chamado de maraná, luta de guerra, só existem dois exemplares, um no EUA e outro no Brasil.
                O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro "Crônicas do Brasil Holandês" 1670, a luta do maraná assim com descreve em baixo:
        
               
Maraná a Dança da Guerra


              
  As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe Mauricio de Nassau durante a invasão Holandesa, descreve entre muitos obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos Habitantes do Brasil.
                Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por Vidal de Negreiros, Índios Potiguares comandados por Felipe Camarão, o "Ìndio Poti". Esses índios usavam durante o confronto, alem de flechas borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos desferindo golpes mortais, destacando-se por sua valentia e ferocidade.
Pertencia a cultura potiguara a dança e guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculos, os guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de atabaques de troncos com pele de Anta, chocalhos e marimbas, em quanto que dois guerreiros se confrontavam ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e movimentos que imitavam os animais.






2 comentários:

John Samaritano disse...

A capoeira tem um passado marcado por muita dor e ódio,descriminação e repreção,mais além disso disso ela é um conjunto de forças nos nos mantém vivos e que nos envolve emocional e espirituosamente-como diz Mestre Curió-
"Do fio de cabelo até os últimos ossos que temos"

John Wilson Matins
redator do blogg

Anônimo disse...

Rabo de arraia, queixada, meia lua de compasso, rasteira, armada e aú. Tudo isso está presente no N'golo, é presciso ser cego pra não ver!
http://www.youtube.com/watch?v=zlqnRIMAtTc